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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Cap. 33 – Avaliação de Empresas e Decisão de Investimentos

Os modelos para decisão de investimentos e mensuração do valor da empresa levam em consideração o valor investido, os fluxos futuros de benefícios, o tempo de ocorrência desses benefícios futuros e o valor do dinheiro no tempo.Eles servem para verificar a viabilidade de um investimento antes da sua implantação.

Para a Controladoria é fundamental a apuração do valor da empresa, pois tem foco nos resultados empresariais e avalia a eficácia da empresa através destes, medindo o desempenho dos investimentos.

Valor Presente Líquido (VPL): um investimento é feito com o objetivo de gerar um resultado que supere o valor investido para compensar o risco de trocar um valor presente certo por um valor futuro incerto. O resultado excedente gerado pelo investimento é a sua rentabilidade e funciona como um prêmio pelo risco de investir. Esse prêmio também é chamado de juros.

O investidor encontra diversas oportunidades de investimento no mercado, com diferentes níveis de riscos e retornos. No momento que ele escolhe um determinado investimento, deixa de ganhar a rentabilidade dos outros, o que é chamado de custo de oportunidade. A rentabilidade desejada são os juros remuneratórios e normalmente compreendem o custo de capital mais a inflação do período.

O VPL é um modelo clássico de análise de investimentos e compreende: o valor do investimento, o valor dos fluxos de caixa futuros, a quantidade de fluxos de caixa futuros e a taxa de retorno esperada pelo investidor. Exceto o valor do investimento inicial, o qual é conhecido, os outros elementos são estimados de acordo com a opção do investimento, pois alguns têm prazo definido e em relação à conjuntura macroeconômica.

O VPL tem como fundamento o valor do dinheiro no tempo, o qual tem valor diferente hoje em comparação com um período futuro. Quanto mais tempo for necessário para se ter retorno de um investimento, mais riscos existem e, com isso, maior será a taxa de juros exigida. Assim, o VPL significa descontar o valor dos fluxos futuros a determinada taxa de juros, de tal forma que esse fluxo se apresente a valores de hoje, ou seja, ao valor atual. Com essa informação é possível tomar uma decisão seguindo os seguintes critérios: se o valor atual dos fluxos de caixa futuros for maior ou igual a zero, o investimento deve ser feito, caso contrário, deve ser rejeitado.

Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa interna do investimento, a qual iguala os fluxos de caixa futuros descontados a essa taxa ao investimento inicial, ou seja, zera o VPL.

Payback: é o período de retorno do investimento. Esse método indica em quantos períodos se tem o retorno do investimento inicial.

Análise das variáveis do VPL
Valor do Investimento: pode ser feito em um único aporte ou em parcelas, as quais podem ocorrer antes ou antes e durante o projeto. Independente da distribuição dos fluxos de investimentos e fluxos de caixa futuros, todos devem ser descontados a valor presente. O valor do investimento compreende todos os gastos necessários para que o investimento possa render fluxos futuros, os quais podem ser o valor para a implantação do projeto, gastos com imobilizado e intangíveis e investimentos necessários em capital de giro.

Valor dos fluxos futuros de benefícios

Fluxo de caixa descontado: metodologia mais aceita para avaliação do fluxo futuro de benefícios. Pode ser desenvolvido pelo foco específico do acionista ou pelo foco geral da empresa.

            Fluxo de Caixa do Acionista: é a representação linear de uma projeção da Demonstração de Resultados acoplada a uma projeção de ativo e passivo. A depreciação, neste caso, entra no fluxo como uma despesa para ser deduzida do lucro tributável e em seguida é adicionada, pois não representa um desembolso de caixa. Os demais itens que influenciam o fluxo são os de ativo e passivo, os quais representam novos investimentos em imobilizado, capital de giro, amortização de financiamentos, dentro outros. O valor resultante é descontado pela taxa de jutos, gerando o VPL.

Ex.:
Fluxo de Caixa do Acionista
Receitas
(-) Despesas Operacionais
= Lucro antes do Pagamento de Juros, Impostos, Amortização e Depreciação (EBITDA)
(-) Depreciação e Amortização
= Lucro antes do Pagamento de Juros, Impostos (EBIT)
(-) Despesa de Juros
= Lucro antes dos Impostos (EBIT)
(-) Impostos
= Lucro Líquido
(+) Depreciação e Amortização
= Fluxo de Caixa Proveniente das Operações
(-) Desembolsos de Capital
(-) Variações no Capital de Giro
(-) Pagamento do Principal das Dívidas com Terceiros
(+) Entradas decorrentes de novas Dívidas
= Fluxo de Caixa para o Acionista


Fluxo de Caixa da Empresa: não considera as entradas de recursos de terceiros e os jutos pagos a eles e tem como referência somente o Lucro Operacional.
                                                                                                      Ex.:

Fluxo de Caixa da Empresa
Receitas
(-) Despesas Operacionais
= Lucro antes do Pagamento de Juros, Impostos, Amortização e Depreciação (EBITDA)
(-) Depreciação e Amortização
= Lucro antes do Pagamento de Juros, Impostos (EBIT)
(-) Impostos sobre o Lucro
= Lucro Líquido
(+) Depreciação e Amortização
= Fluxo de Caixa Proveniente das Operações
(-) Desembolsos de Capital
(-) Variações no Capital de Giro
= Fluxo de Caixa para a Empresa



Fluxos de Caixa ou Fluxos de Lucro?
Considerando o aspecto temporal, todos os fluxos de lucro se converterão em fluxos de caixa. A depreciação é uma despesa econômica contabilizada, a qual não requer desembolso de caixa no ato de sua contabilização. Porém o efeito caixa já ocorre por ocasião do investimento e a sua contabilização é um retardamento da apropriação na Demonstração do Resultado para recuperação do valor investido em imobilizado.

Valor Residual e Perpetuidade
O valor residual deve ser considerado na elaboração dos fluxos de caixa futuros, o qual normalmente é caracterizado como uma perpetuidade, o que indica que o investimento sempre renderá esse valor indefinidamente. Assim, o valor residual é o Valor da Perpetuidade, ou seja, a renda fixa futura ininterrupta dividida pela taxa de juros, que é o custo de oportunidade.

A taxa de juros utilizada deve refletir o risco da empresa e pode ser definida pela seguinte fórmula:
RI = Taxa Livre de Risco + Beta x (Retorno de Mercado – Taxa Livre de Risco)

Em que RI é o Retorno Esperado do Investimento, e o Beta é o coeficiente que representa o risco específico da empresa em relação à média de mercado. O Risco específico da empresa é considerado a variação de sua rentabilidade em relação à rentabilidade média de um conjunto de investimentos existentes alternativos no mercado. Ainda, um empreendimento sempre deve ter uma rentabilidade superior a taxa livre de risco.

CAPM
O CAPM é o modelo de precificação de ativos, de onde surgiu o Beta e o qual busca o melhor retorno do investimento com o menor risco. Assim, o Beta significa a reação média da rentabilidade da empresa em relação à rentabilidade média do mercado. Quanto maior o retorno, maior o risco. Quando uma empresa tem um Beta maior que 1, significa que ela tem um risco acima do mercado. Entretanto, também tem um potencial de gerar retornos acimo da média do mercado em um cenário de crescimento.

O Beta reflete o risco do acionista e seu custo de oportunidade explicitado pela taxa de juros da rentabilidade final da empresa. A medida de rentabilidade do mercado tem como referencial o lucro liquido da empresa, uma vez que os juros são abatidos como despesa.

Custo Médio Ponderado de Capital
Quando se avalia a empresa com foco em seu valor operacional, desconsiderando o acionista, deve-se utilizar como taxa de juros para o desconto dos seus fluxos de caixa, o custo médio ponderado de capital. Essa taxa leva em consideração a estrutura de capital da empresa, isto é, a participação de capital próprio e de terceiros no investimento total da empresa. A taxa de juros do capital de terceiros deve ser considerada líquida de impostos sobre o lucro.

Valor da Empresa
Passo a passo:
1)      Determinar as principais premissas decorrentes dos cenários assumidos para a obtenção dos fluxos de caixa futuros;
2)      Desenvolvimento da Demonstração de Resultados;
3)      Inclusão das Receitas Financeiras geradas pelo próprio caixa;
4)      Projeção do Balanço Patrimonial;
5)      Elaboração do Fluxo de Caixa e de Fluxos de Caixa descontados;

O valor da empresa é a soma dos fluxos de caixa descontados mais o valor residual.
Uma forma de avaliar as ações da empresa é utilizar o conceito de perpetuidade e pressupor que ela gere lucros ininterruptamente. Assim, deve-se descontar o fluxo desses lucros.
Modelo de Gordon: trabalha com os fluxos de dividendos futuros mais uma previsão de crescimento da empresa. Deve-se descontar o dividendo esperado pela taxa de juros menos o crescimento esperado, obtendo-se, assim, o valor da empresa.

Valor de Mercado Adicionado (MVA)

MVA = Valor de Mercado da Empresa - Capital Investido

Esse conceito é derivado do EVA – Valor Econômico Adicionado, o qual mede o resultado do período, ou seja, quanto a empresa agregou de lucro no período para o acionista em relação ao custo de oportunidade do mercado para o período.

O MVA mede o crescimento do valor total da empresa, isto é, é resultado do EVA de todos os períodos, o que representa o valor de mercado de uma empresa menos o seu capital investido. Sempre que o valor for positivo, há MVA, o qual reflete a valorização da empresa. Se houver valor negativo, significa destruição de valor, pois o valor de mercado está menor que o capital investido.

O ponto principal para a mensuração do MVA é o capital investido. No caso do valor contábil, o mesmo deve sofrer ajustes como o a consideração de despesas com pesquisa e desenvolvimento, ajustar amortizações de ativos intangíveis, ajustar a depreciação parametrizando-a no conceito de arrendamento mercantil, considerar gastos com reestruturação como investimento.

O valor de MVA de um período deve ser considerado como o investimento do próximo período, assim o MVA em continuidade é calculado pela seguinte fórmula:
MVA = Valor de Mercado Atual-(Valor de Mercado Anterior x Custo de Oportunidade)

O MVA deve ser incorporado ao foco da Controladoria para a gestão econômica, pois seu objetivo é adicionar valor à empresa e ao acionista.

Opções Reais

O conceito de Opções Reais de avaliação de investimentos parte da premissa de que VPL e TIR são métodos rígidos e não consideram a flexibilidade da empresa ao longo dos anos. Esse conceito permite à empresa reformular seus projetos de investimentos conforme as incertezas são resolvidas ao longo dos anos. As opções reais devem ser consideradas desde o inicio de uma análise de investimentos e permanecer ao longo do desenvolvimento do projeto. Essa metodologia funciona como uma árvore de decisões, evidenciando as alternativas iniciais e as que podem ocorrer durante o ciclo de vida do investimento.

Notícias!!!!

Ação de ordem no VAREJO é redução de custos!



Segue o link:http://www.investimentosenoticias.com.br/noticias/negocios/acao-de-ordem-no-varejo-e-reducao-de-custos






Projetos de Especialização preveem saídas para redução de custos na crise.


Segue o link: http://new.d24am.com/noticias/amazonas/projetos-especializacao-preveem-saidaspara-reducao-custos-crise/140067

POLÍTICA DE REDUÇÃO DE CUSTOS (PRC)



É o processo de criação de valor para o acionista decorre da rentabilidade advinda do lucro.

 Lucro = Vendas (-) Custos 

Há duas grandes vertentes operacionais para buscar maior lucro e maior valor para os acionistas: aumentar as vendas e reduzir os custos. Reduzir custos pode ser tanto reduzindo o seu valor ou, em caso de aumento de vendas, conseguindo aumentos e custos inferiores aos aumentos verificados nas vendas. 

Dentro da equação do lucro, a variável vendas, fundamentalmente, tem suas origens no ambiente externo da empresa e, portanto, é a variável da lucratividade de que a empresa tem a menor possibilidade de domínio. 

Assim, a empresa volta-se para a variável de lucratividade em que ela tem maior condição de controle e domínio, que são os custos, elementos do ambiente interno da empresa. Para que a PRC seja eficaz, ela deve ter um caráter de permanência e generalidade. Portanto, redução de custos não pode ser simplesmente reduzir uma despesa, um custo, um volume, um equipamento, mas ter, toda ela, uma visão global e de longo prazo. 

O objetivo básico da PRC é o aumento do valor da empresa para os donos ou acionistas por meio do lucro. Uma das propostas de redução estratégica de custos é sistêmica e centras em 4 focos de atuação: ótica da produção de valor, ótica dos processos internos, ótica dos recursos e ótica do financiamento. Além disso, há 3 quebra-cabeças que a administração tem de resolver: custo, desperdício e lucro. Todo processo deve ser continuamente avaliado em termos de eficiência e redução de desperdícios. O desperdício pode ser simbolizado pela palavra re, ou seja, tudo que é feito de forma repetida (retrabalho, reforma, revisão etc.). 

Uma PRC pode ser apresentada em 3 níveis: 
1. PRC em nível estratégico (elementos condutores da redução: volume de produção, tecnologia do produto, tecnologia essenciais, reengenharia, tempo, tempo e teoria das restrições, tempo e ciclo de vida de desenvolvimento do produto e eficiência dos recursos); 
2. PRC em nível operacional (elementos condutores da redução: estrutura do produto, gestão do roteiro de fabricação, gestão do tempo físico, gestão do aspecto financeiro, comprar versus fabricar, gestão do custo das atividades internadas, logística e qualidade); 
3. PRC em nível de execução e controle (trabalha diretamente com os itens dos insumos de produção, ou seja, discute-se o menor custo do recurso já definido. Elementos condutores da redução: fórmula do custo - preço unitário do recurso x quantidade empregada - e análise do valor). 

Programas e equipes de trabalho: A PCR só é possível de ser implementada e operacionalizada com o comprometimento de toda a estrutura empresarial, por meio de programas formais e equipes de trabalho. 
Programas e Equipes de PCR estratégica: Desenvolvimento de novos produtos e redução do ciclo de criação de produtos; Introdução ou eliminação de produtos; Redução de desperdícios; Just-intime e teoria das restrições.
Programas e Equipes de PCR operacional: Qualidade ISO 9000 / TQC (qualidade total); Sigma/ 5S / TPM; Comitê de redução de custos; Programa de desenvolvimento de fornecedores (outsourcing). Programas e Equipes de PCR de execução e controle: Círculos de qualidade / Kaizen; Análise de valor

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O que são dividendos? BM&FBOVESPA






Esse vídeo feito pelo canal do youtube #BM&FBOVESPA  vai te explicar um pouquinho mais sobre Dividendos.....

---> Eu gostei do vídeo e se você gostou também comenta aí pra gente ficar sabendo ;)












 E para mais notícias ou acontecimentos: acesse o menu direito do blog, lá constam noticias com todas as atualidades na economia e contabilidade no mundo noticiadas pelos maiores jornais do Brasil....

Avaliação Gobal do Resultado e Desempenho e Análise da Geração de Lucros

Boa noite, gente!

Vamos para mais um assunto muito interessante nesse meio contábil ;)


Avaliação do Desempenho Global da Empresa

  • A metodologia clássica para avaliação do desempenho global da empresa é comumente chamada de análise financeira ou análise de balanço.  
Alguns conceitos....
  1. Análise financeira o de Balanço
---------> É um processo de meditação sobre os Demonstrativos Contábeis e tem como objetivo a avaliação da situação da empresa nos aspectos:
  • Operacionais;
  • Econômicos;
  • Patrimoniais; e 
  • Financeiros
A finalidade dessa avaliação sobre a companhia é analisar o resultado e o desempenho dessa empresa, detectar os pontos fortes e fracos dos processos financeiros e operacionais e com isso criar, propor   alternativas de curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores. 

Sobre o processo de avaliação: deve-se traduzir em indicadores os demonstrativos contábeis, pois o objetivo desses indicadores é evidenciar as características principais do inter-relacionamento que existe entre Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado. 
( Demonstração de fluxo de caixa e das origens das aplicações de recursos também são importantes para o entendimento das operações da empresa e devem ser utilizados)

    2. Novos Conceito de Avaliação e Nova Estrutura do Balanço Patrimonial

  • Com a introdução das Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 reconhecemos no cenário contábil brasileiro as IFRS, os principais itens introduzidos por essas Leis foram:
  1. Valor justo (fair value),
  2. Perda por desvalorização de ativos,
  3. Valor residual,
  4. Valor depreciável,
  5. Vida útil,
  6. Tributos diferidos,
  7. Ajuste a valor presente,
  8. Arrendamento mercantil financeiro.

Técnicas Básicas de Análise de Balanços:

  • Análise Vertical (AV): é a análise de participação percentual ou de estrutura dos elementos dos demonstrativos contábeis. Assume-se como 100% m determinado elemento patrimonial, que, em princípio, deve ser o mais importante, e faz-se uma relação percentual de todos os demais elementos sobre ele. 
  • Análise Horizontal: É uma análise de crescimento, tomam-se como 100% todas as contas de um determinado período e faz-se uma relação percentual em cima dos dados desse período. 
  • Análise Horizontal Real (AHR): Identifica o crescimento ou variação de período a período, levando-se  conta a inflação da moeda de cada período. 
  • Indicadores Econômico-Financeiros: É um painel básico de indicadores para complementar as análises vertical e horizonta e tem como objetivo facilitar ainda mais o entendimento da situação da empresa nos seus demonstrativos. 
  • Avaliação Final: Consiste em um relatório que sumaria as conclusões obtidas na analise dos demonstrativos contábeis e deve ser objetiva ao máximo. 

     3.  Análise da Rentabilidade

  • Melhor análise a ser extraída dos demonstrativos contábeis, pois uma rentabilidade adequada continuadamente é, possivelmente, o maior indicados da sobrevivência e sucesso da empresa.
  1. Análise da geração da margem de lucro: conta o desempenho operacional da empresa, através do giro do ativo.
  2. Análise da destinação do lucro: Leva em conta a alavancagem do capital de terceiros, para aumento da rentabilidade do capital próprio. 

Fórmulas para análise da Rentabilidade:

Método Dupont (análise da geração de lucro - Margem de lucro): Rentabilidade Operacional = Giro x Margem

Giro do Ativo Operacional = Receita Operacional Líquida/Ativo Operacional

Margem Operacional = Lucro Operacional/Receita Operacional Líquida

Rentabilidade Operacional = Lucro Operacional/Ativo Operacional

Giro do Ativo= Receita Operacional Líquida/Ativo Operacional

Custo do Capital de Terceiros = C.C. T - IMPOSTOS/Capital de Terceiros

Rentabilidade do Capital Próprio = Lucro Líquido após Impostos/Patrimônio Líquido



 4.Valor Econômico Agregado ou Adicionado (EVA)

  • É um conceito de custo de oportunidade, ou lucro residual: lucro mínimo que a empresa deveria ter para remunerar adequadamente o investimento do acionista. Esta rentabilidade ,mínima do acionista equivale a um custo de oportunidade. 
  • Valor adicionado só pode ser considerado quando o lucro obtido pelo acionista for maior que um rendimento minimo de mercado. 
 EVA = NOPAT -C% (TC)²

NOPAT: LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO APÓS OS IMPOSTOS
C%: CUSTO PERCENTUAL DO CAPITAL
TC: CAPITAL TOTAL


O EVA caracteriza-se por ser um conceito de lucro residual. Considera-se lucro, ou valor adicionado, aquele que excede a uma rentabilidade mínima sobre o investimento.


Que Custo de Oportunidade Adotar?

Não há exatamente um consenso sobre qual taxa de desconto adotar. Algumas sugestões são:

Taxa de juros de títulos do governo norte-americano.
• Libor ou Prime Rate.
• Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) no Brasil.
• Custo médio ponderado de capital da empresa.
• Custo médio ponderado de capital ajustado pelo
risco da empresa.
• Custo de capital exigido/declarado pelos acionistas etc.

Quanto maior for a taxa de custo de oportunidade a ser adotada, mais difícil será para a empresa apresentar valor agregado. 


Qual o Valor do Capital Total (Investimento)?


  • Este elemento exige uma definição. Pode-se simplesmente tomar como referência o valor contábil do ativo; pode-se tomar como referência o Ativo Operacional Líquido, ou
  • Pode- -se tomar como referência o valor econômico da empresa obtido por fluxos futuros de caixa descontado no início do período etc...
    5. Análise de Geração de Lucros e EBITDA


  • Denominamos análise da geração de lucros a apresentação dos resultados em modelos específicos de decisão e informação, de forma que se identifique os principais componentes de geração de lucro e caixa.

O foco central desta análise está em identificar os principais fatores de geração de lucro e caixa dentro da empresa, de tal forma que permita um modelo para previsão da geração de fluxos futuros de benefícios.

Os principais modelos de análise de geração de lucros, os quais podem ser apresentados de duas formas:

• partindo do lucro líquido final, subtraindo-se ou adicionando-se os elementos desejados, técnica
normalmente utilizada pelos analistas externos à empresa, que têm em mãos apenas os demonstrativos publicados;
• partindo da própria Demonstração de Resultados, técnica em geral utilizada dentro da própria empresa, em que há o detalhamento necessário da Demonstração de Resultados e Balanço Patrimonial.

Lucro das Operações

Tem a finalidade de indicar de forma aproximada os itens da demonstração de lucros, que têm uma relação direta com caixa, deixando de considerar elementos de lucros, despesas e receitas claramente contábeis e que sua incorporação, na Demonstração de Resultados, decorre de necessidades econômicas e legais.

Sendo não caixa:

  1. depreciações do imobilizado, 
  2. amortizações do diferido, 
  3. resultados de equivalência em controladas e 
  4. baixas do Ativo Permanente. 

Obs.: Alguns estudiosos entendem que os juros e variações monetárias do exigível a longo prazo também devem ser excluídos.

Lucro Gerado para o Caixa


  • Parte do conceito anterior, mas excluem-se do lucro das operações as aplicações no capital de giro próprio da empresa ocorrida no período. 

A exclusão do aumento do capital de giro próprio do lucro das operações parte do conceito de que, para efetivar aquele nível de atividade operacional de produção e vendas, a empresa tem de manter seus prazos médios de recebimento de clientes, de giro de estoque e prazos de pagamento de fornecedores e contas a pagar. Em outras palavras, só é possível um aumento de vendas se houver um investimento no capital de giro próprio, dentro do ciclo operacional normal da empresa.


Lucro gerado para o caixa e investimentos no imobilizado


  • Alguns autores entendem que também devem ser considerados nesta análise de geração de lucro os investimentos feitos no Ativo Imobilizado, reduzindo o lucro gerado para o caixa. 


Se os investimentos em imobilizados são tipicamente para reposição e manutenção do atual nível de capacidade e negócio da empresa, entendemos válida a sua consideração. Contudo, se os investimentos em imobilizados forem para novos negócios ou incremento de nível de atividade, entendemos que não devem ser considerados, pois não se relacionam com o atual período, e sim com períodos futuros e, portanto, com lucros futuros.


EBITDA - Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações

EBITDA - sigla em inglês de Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization - é um conceito de geração bruta operacional de lucro. Em resumo, o EBITDA é o Lucro Operacional mais as depreciações e amortizações.

O objetivo da apuração do EBITDA é mensurar a capacidade operacional de geração de lucro/caixa da empresa. Adicionando os valores das depreciações e amortizações ao Lucro Operacional, criamos o conceito de Lucro Operacional Bruto, que é um indicativo fundamental para a capacidade de geração bruta de lucros e, consequentemente, de caixa. 

A função do EBITDA é mensurar o potencial de geração de lucros, para modelos de mensuração de avaliação de empresas, com o conceito de fluxo de caixa descontado (FDC).


  • IMPORTANTE!!!!!!!!


Para que Serve o EBITDA????????????

1. Representa a geração operacional de caixa.
2. Elimina os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis de taxas de depreciação.
3. Serve para comparar empresas em qualquer país, podendo ser utilizado como representatividade da
eficiência dentro de um determinado segmento de atividades.
4. Parâmetro para avaliação da geração futura de caixa

    6. Fluxo de Caixa Livre 

  • O objetivo da análise do fluxo de caixa livre é dar um direcionamento básico à empresa do que ela pode dispor de caixa para futuros investimentos ou distribuição de lucros, de tal forma que não comprometa seu fluxo financeiro futuro. São duas análises básicas: da ótica da empresa como um todo e da ótica do acionista. 

Neste modelo de análise, da ótica da empresa como um todo, após a dedução do lucro financeiro (EBITDA), deduz-se também a retenção no capital de giro. Após isso, deduzem-se os investimentos de capital em ativos fixos, mostrando o livro-caixa operacional para novos investimentos ou distribuição de resultados.
.

   7. Política de Dividendos


  • A política de dividendos caracteriza-se pelo percentual do lucro obtido que é distribuído em dinheiro aos acionistas. Os dividendos, é claro, reduzem a importância dos lucros retidos e, por conseguinte, afetam a política de financiamento. 


Então:------->>> Quanto mais lucros a empresa retiver, menor será a necessidade de recursos de terceiros para financiar os investimentos previstos!!!!!! 

Sinalização para os Investidores
  • Os dividendos distribuídos em caixa podem ser vistos como um sinal para os investidores. Presumivelmente, empresas com boas novas de sua futura rentabilidade querem expressar isso aos investidores.  

A importância do lucro a ser distribuído pode ser resumida nos seguintes aspectos principais:
  1. É uma necessidade da empresa para manter nela mesma os investimentos já efetuados pelos seus acionistas e investidores.
  2. E ponto fundamental para os planos estratégicos, objetivando a continuidade da empresa.
  3. E a informação mais importante para os acionistas e investidores para comparação com seus custos de oportunidade.

Continuidade da Empresa e Manutenção do Capital

Há dois conceitos de manutenção do capital:
  • físico ou capacidade física da empresa, que indica que ela deve manter sempre a sua capacidade operacional, medida pelo conjunto de bens e direitos necessários às suas atividades operacionais, de forma que possa garantir a capacidade de geração de lucros; neste conceito, a empresa deve manter sempre o valor monetário a preços atualizados dos ativos necessários para suas operações;

  • financeiro, que está ligado à atualização monetária do capital investido em termos de custo doportunidade ou índices gerais de preços; este conceito centra-se, então, na atualização monetária do capital investido, sem especificar os bens que a empresa deve ter em seu poder.

Lucro que Pode Ser Distribuído

Considerando o conceito de manutenção do capital, Szuster define qual deve ser o lucro passível de distribuição: todo o lucro não necessário à manutenção do capital pode ser distribuído.

Sob esse aspecto, a política de dividendos deverá ter como base um modelo de mensuração dos capitais físico e financeiro. O físico terá como referencial o valor dos ativos necessários para a manutenção da capacidade de geração de lucros e o financeiro terá como referencial o custo financeiro de oportunidade de mercado e inflação geral de preços.

Portanto: -------->>>>> O lucro a ser distribuído será o valor da empresa que excede o valor do capital a ser mantido. 

(PADOVEZE)

Espero que esse resumo possa ajudá-los a entender um pouco mais sobre AVALIAÇÃO GLOBAL DO RESULTADO E DESEMPENHO E ANÁLISE DA GERAÇÃO DE LUCROS!

Até a próxima pessoal....









sexta-feira, 16 de outubro de 2015

CONTROLE ORÇAMENTÁRIO

Olá pessoal, hoje vamos falar um pouco sobre Controle Orçamentário e iniciaremos com uma simples pergunta:  

Você acha que é importante termos um retorno(feedback) sobre as atividades que fazemos? 


Nós entendemos que esse retorno é essencial em todas nossas atividades.  Pensem, quando começamos a fazer alguma atividade física. Normalmente esperamos obter um melhor condicionamento físico, mais disposição...tudo isso poderemos verificar posteriormente ao iniciar à atividade física regularmente. Outro exemplo é quando fazemos  algum trabalho na faculdade.


Nesse caso, esperamos obter o feedback do professor de como fomos e no que poderíamos ter sido melhores.

Fácil e lógico, não?

Então, essa é a chave do Controle Orçamentário!
Dar um feedback em relação ao orçamento!


Portanto, o controle orçamentário possibilitará identificar possíveis variações ocorridas e seus motivos, corrigir falhas detectadas, cobrar dos gestores responsáveis….

Assim, fazendo uma analogia com nosso cotidiano é fácil compreender porque o controle orçamentário é tão importante para que o processo orçamentário seja efetivamente proveitoso em uma empresa.

Agora que compreendemos a importância do controle orçamentária para as empresas, deixo-os com um questionamento para que possam refletir:

Será que não precisamos ter um controle orçamentário a nível pessoal para termos mais gerência sobre nossas finanças?


Se você gostou desse tema e quer ampliar seus conhecimentos, indicamos o seguinte vídeo:

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Projeção dos Demonstrativos Contábeis

Oi pessoal! Hoje vamos dar continuidade ao que vimos no post anterior, vamos falar sobre Projeção dos Demonstrativos Contábeis!

O que é a Projeção dos Demonstrativos Contábeis?

- É a conclusão do processo orçamentário, em que todas as peças orçamentárias são reunidas dentro do formato dos demonstrativos contábeis básicos. Essa projeção, se encerrando o processo orçamentário, permite que a administração faça análises financeiras que vão ou não justificar todo o plano orçamentário.

Quais são os Demonstrativos a serem planejados?

- Demonstração de Resultados
- Balanço Patrimonial
- Fluxo de Caixa
- Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

E o Orçamento de Caixa?

- O saldo do caixa é apenas um dado residual, pois é o que sobra ou falta após todas as transações operacionais do Balanço Patrimonial. Logo, a projeção dos demonstrativos Contábeis é mais adequada do que o conceito de Orçamento de Caixa, no que diz respeito ao encerramento do orçamento.

A metodologia das Projeções deve fundamentar-se na estrutura do lançamento contábil pelo método das partidas dobradas. Basicamente, ela se fundamenta no balanço patrimonial inicial, na demonstração dos resultados do período, no balando final após essa demonstração e, por fim, no fluxo de caixa como consequência dos três anteriores.

Mas e as receitas financeiras?

- Como as receitas financeiras futuras dependem do saldo atual dos excedentes de caixa disponíveis para aplicação e do saldo gerado em cada próximo período, o ideal seria calculá-las diariamente. No entanto, isso não é viável. Assim, realizar o cálculo mensalmente é o mais aconselhado.

Por fim, uso ou não a Simulação no Planejamento Financeiro?

- A utilização da simulação é altamente recomendada para o processo de projeção dos Demonstrativos. Além de ser fácil de construir, ela tem grande abrangência e possibilita que sejam inseridas mais condições probabilísticas.

Como as empresas geralmente desenvolvem mais de um cenário e, são nesses cenários que a simulação irá se basear, os resultados ficam ainda mais produtivos!!

Enfim, pessoal, por hoje é só! Espero que vocês tenham gostado. Para encerrar, deixamos esse outro link a todos que se interessaram pelo assunto e gostariam de se aprofundar... Vale a pena conferir, super recomendo.

http://www.treasy.com.br/blog/projecao-de-fluxo-de-caixa

Até a próxima!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

CPMF: Imposto pró-SUS ou apenas tapa-buraco do rombo no Orçamento?

Reportagem retirada do site http://www.brasilpost.com.br/2015/09/21/cpmf-rombo-saude_n_8167510.html

Anunciada inicialmente pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, como instrumento para evitar ‘barbárie’ no SUS, a CPMF teve seu destino alterado. De acordo com os ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento, o novo tributo servirá para tampar o buraco da Previdência. Sem orçamento e previsão de novas fontes de financiamento, entidades de saúde reiteram posição de Chioro e afirmam que o sistema pode entrar em colapso.

Sem recurso, a saúde segue com crise no financiamento. O pleito pelo investimento de 10% da receita corrente bruta da União para o financiamento público da saúde parece cada vez mais distante. Todo trâmite que estava em curso para aumento da aplicação gradual do investimento está paralisado.Para a professora de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lígia Bahia, a impressão que ficou foi de que o tributo não tinha sido pensado como forma de investir na saúde e sim de salvar o orçamento deficitário.

“Nos parece que de fato nunca foi para a saúde que a CPMF foi criada e que também não seria dessa vez. A saúde fica mal porque os cortes representam literalmente escolhas de Sofia. O cenário é extremamente preocupante, o dólar elevado e a dependência do setor de importação de medicamentos, kits diagnósticos e equipamentos associada com restrição orçamentária provoca um racionamento no atendimento. Estaremos indo para trás, perderemos direitos conquistados se não nos opusemos firmemente contra o desmonte do SUS."

Entre os integrantes da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o entendimento é de que é preciso repensar a forma como gastar o que se arrecada. A entidade destaca que o SUS passa por um subfinanciamento crônico desde a sua criação e, na época em que o orçamento para o modelo deixou de ser da Seguridade e passou a ser definido pela Constituição Federal de 1988, a CPMF foi essencial para garantir um melhor financiamento.O problema é que a estimativa do Ministério da Saúde era de que o imposto rendesseR$ 80 bilhões. O recurso, porém, foi anunciado como mais R$ 32 bilhões, mas, para cobrir o déficit da Previdência.

No Ministério da Saúde, o sentimento foi de frustração quando os ministros afirmam que os recursos do novo tributo não seriam investidos na saúde, além do anúncio de que parte da verba do setor seria cortada. Para suprir os R$ 3,8 bilhõescortados da saúde, o governo aposta nas emendas parlamentares, carimbadas para a área.No fim de agosto, o ministro Arthur Chioro disse que o SUS só seria viável com a adição de mais recursos.

“A viabilidade do sistema único de saúde, do sistema público, universal e gratuito, passa por esse debate (da CPMF). E fora disso, é barbárie. Porque entregar os setores mais fragilizados da sociedade simplesmente à regra de mercado, a gente sabe o que vai dar.”

Orçamento de Investimentos e Financiamentos

Nesse post vamos falar sobre dois orçamentos específicos, o de Investimentos e o de Financiamentos. Para que possamos entender onde estes orçamentos estão inseridos é importante manter em mente que a base da segmentação do plano orçamentário segue a lógica da estrutura dos demonstrativos contábeis.

Orçamento de Investimentos

Este orçamento é diretamente ligado ao Ativo Permanente. Isso significa que essa peça orçamentária não se liga apenas com investimentos de curto prazo: investimentos necessários para suportar os projetos de investimentos em novos produtos, serão gastos efetuados no próximo período, mas que provavelmente serão para produtos e atividades a serem produzidas em exercícios futuros e que decorram de decisões passadas.
Logo, este orçamento compreende os investimentos dos planos operacionais já deflagrados no passado e em execução no período orçamentário. Em princípio, todos os elementos do ativo não circulante deverão ser atendidos por essa peça orçamentária.
A finalidade do Orçamento de investimentos tem uma finalidade específica de complementar o orçamento das depreciações por centro de custos, além de ser um dado natural para o orçamento de caixa.

Orçamento de Financiamentos

A finalidade desse orçamento é prever tudo o que for relacionado com a área de obtenção de fundos, os gastos para manutenção desses fundos e os pagamentos previstos.
O orçamento de financiamentos é composto pelas seguintes peças orçamentárias:
·         Orçamento de novos financiamentos ou fontes de fundos, suas despesas financeiras e desembolsos;
·         Orçamento das despesas financeiras e desembolsos já existentes;
·         Orçamento de outras despesas e receitas financeiras;
A coleta de informações apuradas é de extrema importância para a precisão deste orçamento. Basicamente, as informações necessárias consistem em tipo de financiamento e moeda de origem, indexador contratual, taxa de juros, spread e comissões bancárias e impostos incidentes.


Nos vemos no próximo post: Orçamento de Caixa!!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Estados se apertam para equilibrar receita e despesa no Orçamento 2016

Reportagem de: Nathalia Passarinho, Fernanda Calgaro e Laís Alegretti.
http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/09/estados-se-apertam-para-equilibrar-receita-e-despesa-no-orcamento-2016.html

Para maioria, prazo para enviar projeto às assembléias é 30 de setembro.Governos cortam para evitar proposta com déficit, como a da União. Perto do fim do prazo para apresentar às assembleias legislativas os Orçamentos de 2016, governos estaduais fazem um último esforço de corte de despesas para evitar repetir o governo federal e serem obrigados a enviar uma proposta com déficit. 

Em 31 de agosto, pela primeira vez, o governo federal enviou ao Congresso Nacional uma proposta de orçamento para o ano seguinte com uma previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões. Isso foi o reconhecimento de que não teria dinheiro suficiente para cobrir todas as despesas de 2016. Diante da reação negativa – que incluiu a perda para o Brasil do grau de investimento atribuído pela agência Standard and Poor's – a presidente Dilma Rousseff decidiu enviar ao Congresso um pacote de medidas de corte de despesas e de aumento de impostos para converter o déficit em superávit.

Para a maioria dos governadores, o prazo final para entregar a proposta orçamentária é 30 de setembro. Alegando problemas financeiros e endividamento, governadores de oito estados estiveram na Câmara na semana passada para defender a proposta do governo de ressuscitar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Eles querem aumentar a alíquota de 0,2% sugerida pelo Palácio do Planalto – um dos pontos do pacote de medidas do governo federal – para 0,38%, a fim de que as receitas do tributo sejam compartilhadas com estados e municípios. Com a queda da arrecadação provocada pela crise financeira, as equipes econômicas dos estados relatam dificuldades para fechar a conta dos orçamentos do ano que vem.

Os governos de Pernambuco e Goiás, que ainda não enviaram suas propostas às assembleias, informaram ao G1 que ainda trabalham para elaborar um projeto com mais receitas que despesas. Já o estado de Roraima prevê um pequeno superávit – de 1% em relação às despesas.

Alagoas enviou o Orçamento à Assembleia Legislativa com déficit zero e superávit zero. De acordo com o governador Renan Filho (PMDB), o equilíbrio foi conquistado “com dificuldade”. A previsão é de que receitas e despesas alcancem R$ 8,4 bilhões.
“Nós estamos conseguindo fechar as contas com muitas dificuldades. É um orçamento equilibrado. Com muita dificuldade, mas equilibrado”, disse Renan Filho.

Na mesma situação, está o Mato Grosso, que prevê uma receita total de R$ 16,035 bilhões para 2016 e valor idêntico para despesas.
Com dificuldades de caixa, o governo do Distrito Federal também fez um esforço para enviar à Câmara Legislativa uma proposta orçamentária para 2016 equilibrada. A estimativa de receitas é de R$ 32,6 bilhões – o mesmo valor das despesas. No entanto, essa receita está condicionada à aprovação de projetos pelo Legislativo, incluindo o aumento de impostos, especialmente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O secretário-adjunto de Planejamento, Renato Brown, explica que, caso algum projeto não passe na Câmara Legislativa, haverá corte adicional de gastos.

“Se não houver dinheiro para o investimento, a autorização para a despesa cairá automaticamente. Não será nada em área prioritária ou obrigatória”, afirmou Brown ao G1.

Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul enfrenta uma forte crise econômica e chegou a ter as contas bloqueadas por decisão da Justiça, para pagar dívidas com a União. O estado enviou à Assembleia Legislativa  proposta de Orçamento prevendo déficit de R$ 6,2 bilhões no ano que vem.

São Paulo e Rio

São Paulo e Rio de Janeiro ainda não definiram os orçamentos do ano que vem, mas o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) é um dos articuladores da volta da CPMF. Segundo ele, “todos os estados” precisam urgentemente de mais fontes de receita. O Rio busca equilibrar a proposta orçamentária, mas a previsão é de déficit. 


"Acho que dificilmente algum governador não precise desses recursos, tanto para a Previdência quanto para a saúde. E os municípios também precisam muito. Temos prefeituras fechadas. A gente quer ter essa chance. A Previdência é um gargalo de todos os governos estaduais", disse o peemedebista, após conversa com deputados na semana passada.

Orçamento de Despesas Gerais

O orçamento de Despesas Gerais é a terceira fase de elaboração das peças orçamentárias, sendo considerada a mais trabalhosa, pois consiste em elaborar ao menos uma peça orçamentária para cada setor da empresaa cargo de um responsável. Também, esse orçamento costuma englobar uma grande variedade de despesas, o que o torna mais complexo.

Para a sua elaboração, deve-se considerar os seguintes aspectos:

Orçamento seguindo a hierarquia estabelecida: a estruturação do orçamento dentro de um organograma facilita a análise dos gastos, a identificação dos setores e a sintetização dos orçamentos analíticos para as áreas, até atingir o orçamento geral da empresa.

Departamentalização: é o critério mais utilizado para estruturar o sistema de informação contábil orçamentário.

Orçamento para cada área de responsabilidade: o critério de departamentalização tem como objetivo encontrar o menor centro de custo da empresa, o que significa o menor nível de decisão e de responsabilidade sobre controle.

Custos Controláveis: segundo este conceito, para cada centro de custos deve-se orçar somente os custos que são gerenciados e controlados pelo responsável pelo centro de custos. Não existem custos não controláveis para uma empresa. Faz parte da accountablity, a qual representa a contabilidade por responsabilidade, em que cada gestor tem a reponsabilidade de prestar contas de seus atos e a obrigação de reportar os resultados obtidos.

Para as despesas de consumo comum e compartilhado, deve-se fazer o rateio? O rateio não é recomendado sob o conceito de accountability, pois se deve sempre orçar a despesa no centro do custo do gestor do gasto. Porém, se na contratação do serviço, o total do contrato foi negociado para serviços parciais, existindo claramente uma definição de valor para cada setor da empresa, nada impede a correta alocação da despesa aos seus centros de custos.

As empresas que adotarem o Orçamento por Atividades, baseado no Custeio ABC, devem ter suborçamentos por atividades dentro de cada centro de custos. Assim, cada atividade relevante deve ter seus gastos separados em peças orçamentárias, o que inclui a quantidade esperada de cada direcionador de custo da atividade.

Orçar cada despesa segundo a sua natureza e comportamento: cada despesa deve ser orçada de acordo com as suas características comportamentais. Devem-se analisar as despesas e detectar o seu comportamento, incluindo as variáveis-chave para criar uma base de dados e estimar comportamentos futuros. A mesma despesa pode ter comportamento diferenciado para centros de custos diferentes. A classificação tradicional para a análise do comportamento dos gastos é separa-los em despesas fixas e variáveis e custos fixos e variáveis, conforme apresentado a seguir.

Os custos fixos são custos de capacidade e medem os gastos necessários para a operação da fábrica e para comercialização em determinado nível de atividade. Podem ser classificados em comprometidos e discricionários. Os custos fixos comprometidos são aqueles ligados intrinsicamente à utilização de um parque fabril ou comercial, ou seja, são os gastos para manter a fábrica ou as vendas em operação. São custos inevitáveis, cujo valor tende a ser constante durante o exercício, independentemente do volume de produção ou vendas. Como exemplo, podem-se citar aluguéis de imóveis, contratos de manutenção e de arrendamento mercantil. Os custos fixos discricionários, por sua vez, são gastos que são administrados e podem ser alterados dependendo da dotação orçamentária anual.Esses gastos não são relacionados com o volume de produção, e por isso são considerados fixos, porém podem ser minimizados e, eventualmente, cancelados. Como exemplo, temos despesa de treinamento de pessoal e de publicidade e propaganda.

Custo variável é o custo que tem uma relação direta e proporcional com a produção ou venda. Entretanto, no caso em que a variação quantitativa não for totalmente proporcional, esse gasto é chamado de semivariável ou semifixo.  Como exemplos tradicionais de custos variáveis, temos o consumo de material direto e as comissões de vendas. Já, custos semivariáveis podem ser os gastos indiretos de fabricação, enquanto os semifixos são os gastos com telefonia e energia elétrica, por exemplo.

Um custo é estruturado quando ele tem uma variação em relação ao elemento sob o qual ele é estruturado ou ligado e é a causa de seu valor maior ou menor, como ocorre com as despesas de viagens relacionadas com a quantidade de vendedores, ou com despesas de cobrança e consultas de crédito. 

Normalmente, a experiência da empresa basta para a classificação dos seus custos parafins de orçamento.

Em relação às despesas, conforme já mencionado, devem ser associadas a centros de custos e podem fazer parte de quatro grupos, os quais são:

Mão de Obra Direta e Indireta: devem-se separar os gastos com mão de obra direta dos demais, que são os custos indiretos de fabricação. Isso se dá pelos primeiros serem variáveis, enquanto os segundos são absorvidos no custo unitário dos produtos, sem a necessidade de separação por centros de custos. O orçamento de mão de obra engloba as despesas de pessoal de toda a empresa e está ligado aos orçamentos de produção e vendas, baseado na capacidade. Pode ter maior ou menor detalhamento, dependendo da empresa. Neste orçamento é imprescindível informar o número de funcionários por centro de custos e as horas a serem trabalhadas.

Consumo de Materiais Indiretos: compreende o orçamento de materiais indiretos consumidos nas operações do departamento ou nas atividades, os quais podem ser indiretamente ligados aos produtos finais ou necessários para as atividades dos funcionários. Devem ser orçados por centro de custos, pois o seu consumo não é diretamente vinculado aos produtos e é acionado pelo responsável do departamento. Alguns exemplos são materiais auxiliares, combustível, material de escritório e expediente.

Despesas Gerais Departamentais:são as demais despesas de consumo dos centros de custos de acordo com o plano de contas da empresa. Cada uma dessas despesas deve ser orçada pelas suas características e comportamento. Dentre elas, temos energia elétrica, despesas de telecomunicações, fretes, seguros, despesas legais e serviços de autônomos.

Depreciações e amortizações departamentais: compreende as amortizações e depreciações dos bens e direitos à disposição dos centros de custos. Para o seu cálculo, utiliza-se o sistema de apoio de Controle Patrimonial. Ainda, existem os bens de uso comum ou sem responsabilidade departamental, como é o caso dos equipamentos utilizados diretamente nos produtos ou os bens e direitos controlados centralizadamente, cujo uso e a necessidade são distribuídos por todos os setores. Um exemplo deste segundo caso está atrelado à área de TI, que normalmente é centralizada, porém seus equipamentos de informática estão distribuídos entre as áreas da empresa, devendo sua depreciação ser calculada por rateio. Já, os bens em desuso ou disponíveis para venda têm sua depreciação calculada para fins fiscais.

Algumas maneiras de alocar as depreciações e amortizações no orçamento são com a criação de centros de custos específicos para elas e administrados pela Controladoria, aloca-las nos setores que centralizam a administração dos bens de uso comum, aloca-las nos setores que utilizam os bens distribuídos ou, ainda, em centros de custos de diretoria. Para o calculo da depreciação, devemos considerar o seu conceito, o qual pode ser perda de valor pelo uso e desgaste dos bens, incorporação do custo dos equipamentos imobilizados no custeio dos produtos, planejamento tributário, fonte de fundos ou incorporação no processo de analise do retorno do investimento. Sob o enfoque da Controladoria, o conceito mais adequado em termos econômicos é o de perda do potencial de serviços futuros que o bem pode trazer.

Premissas e levantamento de informações base:a construção de um conjunto de premissas para auxiliar no cálculo e na validação do orçamento é uma metodologia muito válida. Juntamente com estas premissas, deve-se construir uma base de dados com informações que sirvam como suporte ao orçamento. Quando da elaboração do plano orçamentário geral, é necessária a construção de premissas orçamentarias para nortear os passos seguintes do processo, as quais são elaboradas a partir do cenário conjuntural adotado pela empresa após a análise do ambiente.

Dentre as principais premissas para a elaboração do orçamento de despesas estão: painel de aumentos periódicos para as despesas orçadas, indicadores de correção de preços, fatores de ajustes em relação aos dados-base, dados percentuais para identificar sazonalidades e referenciais para cálculos posteriores. As premissas devem estar prontas antes do calculo das despesas, pois devem ser transmitidas aos gestores responsáveis, com o objetivo de manter a transparência e a participação no processo orçamentário. Quanto à base de dados, é ideal a sua preparação para orientar a elaboração de cada peça orçamentária de cada centro de custos. Devem ser inclusos dados e informações do passado, dados percentuais já conhecidos a serem aplicados nos valores orçados, dados das premissas gerais estabelecidas e dados já conhecidos para o próximo exercício.

Portanto, a consideração dos aspectos apresentados para a elaboração do orçamento de despesas gerais é relevante para torna-lo menos complexo e mais organizado. Também, garante que nenhuma peça orçamentária, tipo de custo ou despesa ficará de fora do orçamento ou será mal interpretado. Ainda, sugere a preparação de premissas e bases de dados antecedentes ao orçamento as melhores formas de se orçar as depreciações e amortizações, para que se tenha o orçamento mais realista e eficiente possível.